domingo, 28 de novembro de 2010

Vai ficar uma mágoa, e eu só me dei conta disso ontem, enquanto o sol se punha e tocava Natiruts.

Tenho em mim o hábito de me apaixonar perdidamente e inconseqüentemente. Me apaixono, desde que o mundo é mundo, por estranhos em ônibus, por amigos próximos, por figuras inusitadas.  Paixão minha, ilusões minhas. Mas quando esse sentimento rompe a barreira do platonismo caio no risco de nunca mais me desapaixonar, e vou vivendo, nem ligando se a recíproca é verdadeira ou não até um ponto de onde não há mais volta.
Até esse ponto, sou por completo da outra pessoa. Se pedida em casamento, aceito e largo tudo em menos de uma semana. E sou feliz com essa minha devoção. Mas, na primeira magoa, descubro que tipo de paixão é aquela.
O primeiro critério que os mais céticos tem ao se apaixonar ou iniciar qualquer tipo de relacionamento se aplica aí, então. Peso os prós e contras, as vantagens e desvantagens de um relacionamento e quase sempre tomo a decisão mais diametralmente oposta a do começo: me desapaixono com  a mesma velocidade.
Com a mesma velocidade que um dia quis casar, de repente não quero ver, não quero contato, não quero nada. Não que ainda não aja sentimento, há, claro. Mas há preservação, há auto-proteção, há amor próprio...

No fim, quando depois da primeira mágoa, ainda há em mim qualquer vontade de continuar, me desarmo e entendo que talvez esse seja alguém por quem meu coração quer lutar... 

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