terça-feira, 6 de abril de 2010

Às vezes é preciso ter cuidado com seus pedidos, é preciso ter cuidado com o que chamamos de lar, com o que chamamos de casa, com o que chamamos de amor.
Ontem eu desejei ir para casa, para minha casa que não é aqui. Desejei pegar um avião, cochilar 30 min e acordar em São Luis. Tomar um banho quente e ficar sentada na mini varanda olhando pela janela aquela lagoa tão estranha. Então descer, andar de bicicleta no calçadão e dormir me sentindo feliz.
Hoje, quando eu acordei, eu não quis abrir os olhos, pressenti a tempestade que viria e passei o dia todo entre choramingos e risadas para, no fim, concluir que em maio estarei em casa, na minha outra casa, em São Paulo. Estarei de volta a Oscar Freire, e por dois dias vou respirar aquele ar pesado daquela cidade cinza, vou acordar cedo e descer aquela avenida toda, olhando as vitrines, parando pra tomar café na minha padaria preferida, depois vou caminhar ate o conjunto nacional e passar um tempo precioso na cultura, vou tomar café na pinacoteca, olhando o parque da luz e quando chegar em casa vou ficar só observando, pela janela, a cidade cinza.
Quando eu já estava quase admitindo que foi melhor como foi,  estava ficando feliz de aproveitar aqui a Bienal e a calourada, o telefone tocou. E não, eu não sei mais seu número decorado. Dessa vez você foi rápido e pratico, disse tudo em dois segundos, num sopro, e não me deixou escolha. Como se eu tivesse, de alguma forma, escolha... Mas eu só sorri, e disse sim, agradecendo mentalmente ainda não ter marcado as passagens.
É, agora eu posso dizer com todas as letras, eu estou de volta ao lar. E eu não vou pensar que essa estar de voltar vai durar uma noite ou três dias, vou pensar apenas que estou de volta a minha casa. 

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