segunda-feira, 26 de abril de 2010

Como vai a vida real?

Amiga, queria te escrever e dizer que a vida real mudou, que, de repente, estamos vivendo com a mesma magia que você está respirando aí, mas não é bem assim...
A vida real continua em tons de cinza, ou seriam de bege?, se arrastando a cada dia, naquela mesma rotina monótona que você deixou. Ainda faz mais calor do que devia fazer na Cidade Solar, ainda temos segundas feiras entediantes e sextas feiras que demoram a chegar. Os domingos são curtos, começam, ainda, com a ressaca moral e terminam com o tédio ritmado da segunda que bate na porta.
As coisas chatas e burocráticas ainda se arrastam, mais lentas do que a própria semana, e se você me perguntar se algo que deixou pendente foi resolvido, infelizmente vou ter que lhe dizer que continua mais ou menos no mesmo pé. As quartas feiras tem sido chatas, dias de reuniões intermináveis, nada de cervejas perdidas marcadas e nossa juventude parece que se esvai nesse meio de brigas e burocracias.
O coração... esse, minha amiga, aposentei de vez e creio que já deve estar ficando empoeirado numa prateleira qualquer. Os desgostos foram tantos em tão pouco tempo que nem vale aqui contar, mas que fique claro, ainda há fé, pouca, mas ainda há.
Não houve nesse curto longo tempo que passou afastada nenhuma coisa que possa ser narrada com espetacular riqueza de detalhes. Nossas loucuras são tão previsíveis, ao menos a nós, que não lhe espantaria se eu dissesse, dia a dia, o que andamos fazendo por aqui. Para tantos existem mil cores nessa nossa rotina caótica, mas para nós, e disso você sabe, não há nada além de tons de bege e cinza.
No mais, sinto saudades, porém prefiro que fique ai e que me narre pedacinho por pedacinho o que se passa nessa terra encantada tão cheia de cores.

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