quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tenho fase como lua, algumas duram dias outras anos. Umas se desfazem em segundo, outras duram a vida inteira.

Sabe o que eu mais amava em você? O que eu mais sentia falta? Seu desatino. Me apaixono pelo desatino das pessoas e por essa sensação de liberdade que elas me passam. Me apaixono pela inconseqüência. Sou passional.
Sou daquelas Lisbelas nordestinas que amam um filme bem Hollywood, que amam declarações exageradas, rompantes de romantismo, lembranças singelas de um sentimento.
Me apaixono por imagens mentais que crio, construo, tijolo a tijolo de pedacinhos do ser que escapam sutilmente dele. Monto personagens e com eles vivo as historias. Dos reais protagonistas ficam, normalmente, apenas o nome. E, o pior, tenho sempre a consciência da imagem, de que não passa de uma imagem.
Mas não amo essas imagens. Me proponho a ser um furacão, ou sou um furacão que tenta se ver apenas como imagem? Sou do mundo e no fim não há quem me ponha rédeas por tempo indeterminado.  Mas sou feliz assim, nessa solidão que a liberdade me traz, por isso só me apaixono por imagens e só amo homens reais.
As paixões vão embora quando a imagem se quebra, assim como surgem, de repente, de um reflexo que enxergo em alguém. Os amores, esses, eu construo de matéria sólida, rígida, plástica, que se rompe, claro, mas que antes grita bem alto pedindo socorro.
Meus amores são o oposto das minhas paixões, são quase escolhidos, calculados, programados, nascem do convivo que nasce da necessidade de alguma coisa além do meu umbigo e além do “apenas uma noite”.
Se é um erro ser assim, no fundo tão racional, mas sou. E, me desculpe, eu não vou mudar.

Talvez eu não te ame mais, mas ainda estou apaixonada.

Talvez não seja paixão, mas não vá embora, eu já sinto sua falta.



texto de ontem, só postado hoje porque já te escrito. 


Mas se quiser, já pode ir embora...
(mau humor)

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