sábado, 10 de julho de 2010

Esses dias li por ai uma ótima definição da adolescência, a autora falava que nessa época era como um bicho enjaulado, que se se debatia toda mais não sabia para onde fugir. Aquela idéia somada ao clima de férias dos últimos dias me fez refletir...  Me chamem de velha ou do que quiserem, mas o tempo está terminando.
Tive uma adolescência ótima, como toda adolescente que se preze, fui revoltada, fui punk, ouvi metal, achei que o mundo ia acabar quando meu primeiro amor não deu certo, bebi horrores. Não me envergonho de nada feito naquela época, nem repetiria os fatos hoje. Tenho plena consciência de que o tempo já passou.
Talvez para quem começa a “viver” agora, dizer no auge dos meus 22 anos que já me preparo para me despedir dessa vida de festas seja absurdo, mas é verdade. Já são, por alto, sete anos entre amigos, amores, festas e copos. Me parece absurdo que essa vida vá durar outros sete...
Não, não serei uma daquelas velhas carolas aos 30 anos, meu instinto não me permite. Mas, assim como os valores mudaram dos 14 até agora, eles mudaram de agora até os famigerados 30.
Com 14 eu era, tal como a menina do começo desse texto disse, um bicho enjaulado. Tudo era motivo para provar algo para alguém que nem sabia quem era. Não sei como esse espírito se acalmou, a fase a da inconseqüência extrema passou e deu lugar aquela época maravilhosa de começo de faculdade. Nessa época, o dinheiro que ganhamos ainda não é o nosso, mas o carro e a carteira de motorista, mesmo tendo sido presentes, são absolutamente nossos. Nossos horários não são mais do conhecimento de ninguém e estar no mundo de quarta a domingo é perfeitamente aceitável. Quem não faz isso nessa época de faculdade é até visto com maus olhos!
Depois vem essa fase escrota dos 20 e alguns anos. Creio que somos mais velhos aos 20 do que aos 30. Nessa época não dá mais para beber as custas dos pais, muito menos existe paciência para agüentar aquele sermão do domingo de manhã. Ao mesmo tempo, estamos tão instáveis que é como se perdêssemos a capacidade de construir algo. Relacionamentos, vida profissional, convívio familiar... de repente seria mais fácil ter 16 anos e ser apenas a prima revoltada da família!
Então, e aí eu entro no mundo das suposições, de repente esse bicho vai se acalmar, as coisas vão se por no lugar e, quando menos esperarmos, vamos ficar em casa, na sexta à noite, comendo pizza e fazendo cafuné em alguém.
E esse tempo está chegando, por enquanto ainda curto meu caos dos 20 e poucos anos, mas já vou avisando que no fim do ano quero um creme anti-rugas! 

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