sexta-feira, 2 de julho de 2010

Foi então que acabou a minha vida como eu conhecia. Não adiantava eu argumentar, questionar, pedir uma chance. O olhar dele era muito claro. A expressão de quem realmente não queria mais algo, não deixava dúvidas. Ali, naquele domingo de manhã, eu comecei a morrer. E era uma morte lenta e dolorosa.

A pior sensação do mundo é esse olhar, vazio, acompanhado da certeza de que não há mais nada que possa ser feito. Muito mais doloroso do que todo o processo em si, as caixas, as memórias, as pessoas ou os lugares.
Eu sou uma pessoa que não sabe dizer tchau. Não entendo despedidas, muito menos fins. Para mim, as pessoas apenas vão ali na esquina comprar pão, fumar um cigarro e acalmar os nervos. Daqui a dez minutos, ou dez anos, elas vão voltar e puft! Tudo está de novo no lugar.
Porém existem olhares que nos dizem que realmente não há mais pelo que lutar e que a esquina pode nunca chegar... 



--------


O mote desse post é um texto da Cáren Nakashima postado na nova serie do meu blog preferido

Nenhum comentário:

Postar um comentário