segunda-feira, 5 de julho de 2010

Nas as mulheres tudo se exagera. Se são tímidas, a timidez parece dominá-las por completo, impede os movimentos, reprime e aprisiona. Se são visionárias, se lançam ao mundo e parece, sempre, grandes libertárias. É como se a elas não fosse reservado o direito de ser um pouco de cada coisa, quando é, é por completo.
Ela não era diferente. Era enjoativa, por completo. Daquele tipo que nunca atingira o auge, nem nunca atingirá. Porque, e aqui vai outra verdade sobre as mulheres, quando somos muita coisa no colégio, não seremos quase nada no resto da vida.
Todo o corpo dela trabalhava para esse olhar de ser alguém superior que nunca alcançou o que quis.  Ombros empostados, meios sorrisos, nariz empinado. E não era somente com quem não gostava. A um mínimo olhar mais atento era possível vê-la olhando assim para os amigos, assim, com aquele olhar de desejo que eu seja tudo que você é e que você seja nada do que é possível ser.
Era assustadora e, como convém a toda caricatura, engraçada. Das suas derrotas que pude observar, me vangloriei de vê-la naquela posição e esperei, mesmo sem esperança, que ela pudesse tornar-se alguém melhor. Infelizmente, ou não, ela não mudou, nem eu. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário