sábado, 23 de janeiro de 2010

Efemeridade.

Não fui acostumada a lidar com coisas efêmeras, minha amizades são de longa data, sou capaz de amar uma pessoa por anos, despretensiosamente. Sigo tradições como ninguém, honrando bem o título de capricorniana que tenho.

A alguns verões atrás, numa época não tão gloriosa assim da minha vida, conheci alguém que me ensinou o valou de uma coisa efêmera. O valor de um amor efêmero. Ele nunca me prometeu nada, nunca disse uma única vez: te vejo amanhã. Mas era certo, como 2 e 2 são 4, que nós veríamos amanhã e depois e depois até que os dias dele aqui tivessem todos passados.

E nos vimos, não como uma obrigação, mas com prazer, sem pensar um segundo que esses dias acabariam e sem fazer promessas que sabíamos que não poderíamos realizar. Nosso tempo era aquele, não pertencíamos ao universo um do outro e por mais que gostássemos de estar juntos sabíamos que aquilo apenas funcionava por ser passageiro.

Dessa pessoa guardo essa lição, talvez uma das maiores da minha vida: certas coisas foram feitas para durarem apenas um verão. O ruim é caber a nós entender que coisas são essas e quanto tempo é, de fato, um verão.


memória olfativa é a pior parte.

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