quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Hoje, antes mesmo do café da manhã minha mãe intimou: vou mandar lavar seu carro sábado. Não sei ao certo se foi a bacia suja dentro dele que finalmente fez ela tomar uma decisão, mas confesso: meu carro tem de tudo, ou quase.
Antigamente, quando criança, achava extremamente glamuroso o carro da minha tia, por exemplo. Ela praticamente morava dentro dele, e toda vez que precisava pegar carona com ela era praticamente uma exploração no universo desconhecido da vida dela. Havia livros de medicina, cheios de figuras bizarras, roupas e mais roupas, uma pequena infinidade de sapatos, caixas de chocolate inteiras que pareciam ter sido perdidas á séculos.
Nunca fui uma pessoa desorganizada, nem nunca me deixaram ser, então nunca passei pela costumeira experiência de encontrar um prato perdido no meu quarto duas semanas depois de ter usado ele. Mas, com meu carro, a situação se inverte. As coisas parecem sumir toda vez que colocadas no porta mala, vão para aquela dimensão das meias perdidas, e só reaparecem quando minha mãe, no desespero, resolve mandar lavar o carro.
Além disso, hoje também notei o quanto me mudei pra lá. Atualmente, e por tempo indeterminado, tenho lá dentro: duas mudas de roupas, completas, um par de tênis, as roupas do ballet, um chinelo, todos os livros da faculade de letras, uma bacia, uma colher de pau, uma tesoura, um estilete, uma caneca e muitos papeis. Muitos. Definitivamente, eu to morando no carro, só não tem como receber correspondência nele.

Ah, e até nome meu carro tem: Milk! 

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