sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Nem nos meus momentos de adolescente mais revoltada eu desprezei meu instinto materno. Nunca fui daquelas meninazinhas que dizem: não vou ter filhos! Sempre me pareceu muito certo que teria, ao menos, uma menina, desde não lembro quando chamada de Ivina. Então quando ele chegou, não foi dificuldade nenhuma amá-lo incondicionalmente.

Eu tinha 16 anos em 2004, quando, no dia 2 abril, ele nasceu. Uns grandes olhos claros de alguma cor entre verde, azul e cinza, alguma poucas dobrinhas de bebê e pouquíssimo cabelo. Eu nunca tinha segurado uma criança, e me recusei a fazê-lo pelos três primeiros meses, brincava com ele sob os olhos não muito atentos da mãe. Depois, foi me ganhando antes mesmo que eu ganhasse confiança no meu tal instinto materno e antes que setembro começasse, ele era mais meu sobrinho do que qualquer um sobrinho de sangue vai ser.

Começaram, então, as funções de tia. As tardes de sábado na minha casa, as tentativas de dar danoninho, os banhos em bacias, as fotos engraçadas, os cheiros de bebê pela casa. No meu guarda roupa surgiram camisas minúsculas, fraudas, brinquedos de morder e, de repente saiu a primeira palavra dele: bebel. Exatamente como a mãe dele me chama. Guardei a primeira chupeta, fiz vídeo dos primeiros passos, fotografei todo o primeiro aniversario. Incondicional. Aguentei a primeira internação com o coração na mão, ajudei a segurar pra tomar injeção, levei banhos de refrigerante em shoppings lotados, furei filas por estar com criança de colo, respondi inúmeras vezes: não, não é meu filho, senti saudades quando viajei a primeira vez.

De repente, hoje, me dei conta que ele já é um homenzinho... Vestido de super herói, sorrindo, magricelo, no portão, me dei conta, mais uma vez, do quanto esse meu pequeno homenzinho fez por mim. Todas as vezes que ele me abraçou apertado, que disse que me amava, que sentou no meu colo e pediu pra eu não sair, todas essas vezes ele me deu um amor e uma força que, de alguma forma, eu precisava. No fundo, ele faz por mim muito mais do que qualquer adulto capaz consegue fazer! Meu super herói favorito!

imagem: postal meu.

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